sexta-feira, 14 de agosto de 2009

ACONTECÊNCIAS DA VIDA REAL II

Uma das minhas irmãs fazia feira-livre em Sobral na companhia do seu filho caçula quando de repente notaram que vinham sendo seguidos pela figura simpática, mas meio maltrapilha, de um garoto que levava à tira-colo uma pequena caixa mal conservada de isopor. Era um vendedor-mirim de picolés que via no meu sobrinho Mateus, de 5 anos, um potencial consumidor para a sua mercadoria. E estava certo. Daquele momento em diante, Mateus passou a insistir para que sua mãe lhe comprasse um picolé ao tempo em que ela tentava convencê-lo de sua negativa devido a figura suja e descalça do vendedor e a aparência pouca higiênica do isopor.
- Ô, mãe, compra um picolé prá mim, compra.
-Queira não, Teteu. - Respondia seguidamente minha irmã, enquanto caminhavam pelos corredores da feira sempre seguidos pelo vendedor de picolés.
Em dado momento, depois de mais uma insistência do meu sobrinho, minha irmã, sentindo que simplesmente negar não estava surtindo efeito, tentou argumentar. Aproximando-se mais de Mateus, e com uma expressão de nojo no rosto, sussurrou-lhe ao ouvido:
- Teteu, queira não, meu filho. É picolé de ameba...
- Mas tem de abacate também, mãe! - Contraargumentou, ávido, meu sobrinho Teteu.

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Quase final de expediente, me prontifico a atender o último cliente da fila, uma senhora que queria uma senha para o seu cartão-cidadão. Depois de incluir os dados necessários para a operação, me dirijo a cliente:
- Senhora, crie sua nova senha no teclado. Digite oito algarismos.
- Oito alga... Alga o quê mesmo? - Pergunta a senhora, meio que gaguejando.
- Algarismos. Digite oito algarismos que serão a senha do seu cartão. - Respondo eu.
A cliente, coçando a cabeça e meio envergonhada, argumenta:
- Algarismo? Ah, moço, eu não sei mais o que é algarismo, não. Já faz tanto tempo que eu não estudo geografia...

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