segunda-feira, 16 de novembro de 2009

ISSO NUNCA FOI FORRÓ!

Que virou praga, virou. Mas que é forró, não é, nunca foi, nem aqui nem em canto nenhum. O que muitos chamam de forró atual, forró estilizado, forró isso e forró aquilo não passa de barulheira sem qualidade nenhuma, com letras reles e total ausência melódica, feitas exclusivamente para arrecadar dinheiro de incautos ignorantes musicais. A respeito desse tema, reproduzimos a seguir uma crítica do escritor, poeta e dramaturgo Ariano Suassuna, uma das maiores sumidades no que se refere à cultura e costumes nordestinos:

" 'Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!'. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, de todas as bandas do gênero). As outras são 'gaia', 'cabaré', e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade. Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas. Porém a culpa desta 'desculhambação' não é exatamente as bandas, ou os empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de 'forró', onde, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas começam muito tarde e as saias e shortes terminam muito cedo. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado, Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo. Aqui o que se autodenomina 'forró estilizado' continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem 'rapariga na platéia', alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é: 'É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!', alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos."

À respeito do que escreveu Suassuna, o jornalista Gonzaga Leite, outro crítico dessa vertente musical (?) - melhor seria, aleijão musical - disse: "O secretário de cultura Ariano Suassuna foi bastante criticado, numa aula-espetáculo, no ano passado, por ter malhado uma música da Banda Calypso, que ele achava (deve continuar achando, claro) de mau gosto. Vai daí que mostraram a ele algumas letras das bandas de 'forró', e Ariano exclamou: 'Eita que é pior do que eu pensava'. Do que ele, e muito mais gente jamais imaginou". E continua Gonzaga Leite: "Realmente, alguma coisa está muito errada com esse nosso país, quando se levanta a mão pra se vangloriar que é rapariga, cachaceiro (...). Aonde vamos parar?

Ora, se inventaram uma tal de pré-classificação relativa a faixa etária para os programas que vão ao ar pelos canais de televisão, não seria o caso de se pensar também numa para o controle da difusão dessas aberrações musicais pelas emissoras de rádio? Sem falso pudor, o que está havendo travestido de forró é um verdadeiro festival de pornofonia que chega a ofender a moral, os costumes e a educação das pessoas com um mínimo de civilidade. Sou compositor, inclusive de forró, o autêntico, e radialista mas não me esquivo em afirmar com todas as letras que o que está havendo é uma a-p-e-l-a-ç-ã-o por parte de compositores, cantores, divulgadores e parte da mídia que não tem nenhum compromisso ou responsabilidade para com a cultura e educação do nosso povo.

E só para ficar no que se refere à forma como essas bandas de forró (?) se dirigem às mulheres - as mesmas que compram seus cd's e pagam para ver seus shows - como é triste vê-las humilhadas, achincalhadas, vilipendiadas e outros "adas" mais e não se indignarem. E pasmem! Numa perversa inversão de valores, a maioria delas se consideram até exaltadas e elogiadas pelas baixarias de seus ídolos. É prá isso que brigam tanto pela igualdade com os homens? Pobres mulheres. Pobres nós.

Ivo Dias
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Colaboração: Fernanda Mont'Alverne

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

GREVE NA CAIXA

Estamos, nós que fazemos a Caixa Econômica Federal, há mais de três semanas em greve simplesmente porque o governo federal, nosso patrão, achou por bem, irresponsavelmente, partir para o confronto ao invés de sentar-se à mesa e agir como devem agir os civilizados quando há impasse numa peleja: negociar.

Ora, nós não temos interesse algum na deflagração de uma greve uma vez que somos plenamente conscientes do prejuíjo que causa à nós e, principalmente, a todos aqueles que de uma forma ou de outra buscam os serviços dessa centenária e conceituada instituição bancária que é a Caixa. Assim como acontece com os Deputados, Ministros do STF ou mesmo com o Presidente da República, que já tiveram seus vencimentos reajustados - e muito bem reajustados - esse ano, quem dera nossas reinvindicações como empregados assalariados que somos fossem atendidadas também sem que precisássemos recorrer a uma greve. Mas não. Ano a ano o governo Lula tem insensivelmente optado pelo desrespeito à imagem da Caixa e ao bem-estar da população apostando no desgaste que provoca uma paralisação grevista. É bom que fique bem claro que uma greve só é deflagrada depois de terem sido em vão toda uma gama de tentativas por parte dos representantes dos trabalhadores para se alcançar um bom termo nas reinvindicações frente ao patronato.

Nós bancários estamos na época de nosso dissídio coletivo e, como acontece normalmente com todas as categorias de trabalhadores, aproveitamos, nós da Caixa, para pleitearmos da direção da instituição os avanços que achamos se fazerem necessários no tocante ao atendimento da população, como contratações de novos empregados e melhorias nas estruturas das agências, a reposição de nossas perdas salariais com alguma margem de ganho real para que seja compensada a defasagem sofrida nos últimos anos e, nada mais coerente, uma participação justa nossa nos lucros. Dinheiro para atender tais reinvidicações o governo tem, pois o próprio Presidente Lula vive alardeando aos quatro cantos do planeta o vigor da saúde financeira por que passa o Brasil. Tanto isso é fato que o nosso Presidente tem até distribuido mimo$ (com cifrão mesmo) mundo a fora à custa do erário público, como construções gratuitas de residências para os palestinos e doações financeiras à Bolívia e outros países "amigos". Fica claro, pois, que o que falta mesmo é boa vontade para com nós trabalhadores por parte desse governo que, se aí está, foi por acreditarmos que dele resultaria uma eventual melhoria de vida para todos.

Depois de negar liminar à Caixa, que solicitava a declaração de abusividade da greve dos economiários, o vice-presidente do Superior tribunal do trabalho, Ministro João Oreste Dalazen marcou uma audiência de conciliação e instrução para a próxima quarta-feira, dia 21, às 9 horas. Esperamos que mercê dessa mediação da justiça, que muito bem poderia ter sido evitada, um denominador comum seja encontrado para a satisfação de ambas as partes e que resultem em benefícios para os milhões de clientes da Caixa, pois é por eles e para eles que, independente do governo que esteja de plantão, nós economiários continuaremos a fazer dessa instituição uma das maiores alavancadoras do progresso desse país.

Ivo Dias
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Mais sobre a greve na Caixa: http://www.bancariosce.org.br/

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

REPORTAGENZINHA FULERAGEM

Um reporterzinho querendo aparecer e um folhetim do sul, travestido de revista, destilando mais uma vez o veneno de seu preconceito para com o nordeste brasileiro. Juntando os dois tinha que dá mesmo nessa idiotice toda que está escrita pejorativa e jocosamente na edição 2132, de 30.09.09, da Veja, de autoria d'um tal de Leonardo Coutinho, e que, se alguém quiser indignar-se também, poderá ser lida na íntegra acessando http://veja.abril.com.br/300909/the-united-states-of-sobral-p-144.shtml. Nunca vi em toda minha vida tanta desinformação, tanta ausência de profissionalismo, tanta discriminação e tanta má fé juntas em um só artigo! Isso para atingir Sobral, uma cidade ordeira e de um povo digno que, a despeito de toda crise e intempéries, só tem progredido e hoje é reconhecida por todos como modelo de administração pública bem sucedida. Só posso concluir que a única intenção - vergonhosa, por sinal - de toda essa asneira é atingir indiretamente a ascendente carreira política de Ciro Gomes, fato difícil de ser engolido pela imprensa sulista.

Sem pretensão de debater com o autor da infeliz reportagem, até porque sentir-me-ia tão tolo quanto o tal, eu o questionaria que novidade teria no fato de uma determinada cidade ou país sofrer influência de outros povos? Basta se ter aberto um livro de história uma vez na vida para se saber que esta dinâmica tem sido comum por toda a formação da humanidade. O que fica claro é que a postura da Veja à respeito de Sobral é movida tão somente pelo vil intuito de denegrir uma cidade por ser ela do interior nordestino, uma vez que, só prá citar um único exemplo entre tantos outros aqui mesmo no Brasil, Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, é fortemente influenciada pelos costumes alemães e nem por isso foi ou é alvo do abominável preconceito desse semanário e de seu colaborador. É tão evidente a intenção de execrar que critica-se a cidade pelo atraso, porque, segundo o artigo, "ainda mantém abastecimento por carros-pipa e não fornece água tratada para toda a população", e critica-se também pelo progresso, dado o fato de Sobral ter em breve o seu metrô. "Uai!" São Paulo pode ter metrô e o resto do mundo, não?

Eu só poço mesmo terminar esta postagem com uma expressão bem cearense: Mas que "reportagenzinha fuleragem" essa dessa Veja!

Ivo Dias

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

ACONTECÊNCIAS DA VIDA REAL III

Eu soube que meu filho Ian, agora com 7 aninhos, numa conversa recente com coleguinhas na escola, andou contando vantagens sobre mim, naquela de papai-sabe-tudo. Contaram-me que ele, muito coruja, relatava para uma plateia estupefata que seu super-pai sabia fazer isso, aquilo e aquilo outro até que foi interrompido por um dos amiguinhos que questionando exclamou:
- Mas seu pai não sabe fazer água...!
Sem titubear, meu filho saiu em defesa do seu super-herói com essa :
- Saber fazer, ele sabe. Mas parece que ele acha mais fácil abrir a torneira.

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Estava eu atendendo um cliente que tinha ido ao meu guichê de caixa sacar um cheque de terceiro quando percebi divergências na assinatura do emitente em relação à sua ficha de autógrafo. Para minha segurança, resolvi telefonar para o próprio emitente para confirmar a emissão do referido cheque. Do outro lado da linha alguém muito simpático e solícito me atendeu:
- Funerária Boa Viagem. Vai um caixão aí, amigo!?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

OS MONSTRENGOS DA COELCE

"No meio do caminho tinha um poste, tinha um poste no meio do caminho". Parece até uma paráfrase dos versos de Carlos Drumond de Andrade, mas, na realidade, é a constatação de quem caminha por Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, no Ceará, e outras cidades cearenses. É que a COELCE, empresa distribuidora de energia elétrica, além de ter a péssima mania de fincar no meio das calçadas e canteiros centrais os postes da fiação, agora inventou de aumentar o diâmetro de suas bases (ver fotos) à guisa de, segundo o que conseguimos apurar, torná-los mais resistentes a eventuais abalroamentos por veículos, o que vinha causando muitos cortes no fornecimento de energia. Mas em decorrência dessa "engenhosa" sulução, ficaram prejudicados os transeuntes com mais um obstáculo a dificultar-lhes o livre trânsito pela cidade. Conclusão: a COELCE "cobriu o seu santo" mas "descobriu" o dos pedestres. Ora, enquanto nos dias de hoje está em grande evidência a reorganização do trânsito nas cidades, principalmente no tocante aos direitos do pedestre, o que se vê é uma empresa que costuma alardear sua preocupação com o social agindo na contramão desse ordenamento.

Como se não bastasse a existência de obstáculos tais como estacionamento de veículos, mesas de bares e restaurantes, bancas de camelôs, monturos e outros mais, bloquendo o trânsito de pedestres nas calçadas, canteiros centrais e passeios públicos, fato intensa e permanentemente combatido oportunamente pela imprensa em geral, agora o transeunte muitas vezes é obrigado, mesmo correndo o risco de atropelamento, a caminhar pelo leito da rua por ter de desviar de um desses novos modelos de poste, uns monstrengos que, além de obstacularem, contribuem para enfear a paisagem urbana da cidade. O que causa estranhamento é que, nesse caso, não se vê dos jornais, rádios e televisões nenhuma, ou quase nenhuma, crítica ou manifestação contra esse tipo de abuso. Daí, o questionamento que não quer calar e, menos ainda, ser capcioso: seria porque a COELCE tem sempre uma gorda conta publicitária?

Enquanto os órgãos competentes não tomarem uma posição no sentido de coibir o uso desses postes-monstrengos, ou pelo menos a colocação deles no meio das calçadas e canteiros centrais, estarão os transeuntes - idosos, adultos e crianças - correndo sérios riscos no trânsito por serem impelidos a caminhar pelos leitos das ruas enquanto seguem o caminho de casa, do trabalho e da escola.

Ivo Dias

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

UÍSQUE PODE. CACHAÇA, NÃO?

Explicando o seu voto contra a redução da jornada de trabalho dos assalariados de 44 para 40 horas semanais, em discussão no Congresso, o deputado Nelson Marquezelli argumentou: "Se você reduzir a carga horária, o que vai fazer o trabalhador? Eles dizem: vai prá casa ter lazer. Eu digo: vai para o boteco beber álcool, vai para o jogo."

Quanta discriminação! Mas não podia ser diferente. A grande maioria dos "bacanas" do Congresso, reperesentantes que são da elite brasileira, tem uma visão vesga e pejorativa à respeito do assalariado brasileiro, como se esse, ao contrário deles, que integrariam a Casa Grande, ainda fizesse parte da Senzala a quem só compete trabalhar sem direito ao descanço, ao lazer. Não sabe o deputado que é de livre arbítrio qualquer indivíduo fazer o que bem entende do seu tempo de lazer desde, lógico, que não interfira no direito de outrem?

Por quê será que Nelson Marquezelli vê problema em se querer beber cachaça - o ilustre deputado jocosamente falou "álcool" - e se divertir no jogo? Será porque só pobre quando bebe é que faz besteira? Ou por quê só quem joga é pobre? Equivoca-se quem raciocina assim. E o que dizer dos inúmeros casos mostrados pela mídia de políticos, juízes, procuradores, empresários bem sucedidos, e outros ricos mais, protagonizando cenas degradantes por terem "enchido a cara" e perdido a compostura? E dos flagrantes de fechamento pela polícia de casas de bingos, rinhas de galos, etc., tudo à revelia da lei, apinhadas de "gente boa"? Será que toda essa discriminação de Nelson Marquezelli seria porque beber uísque e apostar alto é chique e beber cachaça e jogar mixaria é chinfrim? Ora, deputado, vá procurar o que fazer!

Ivo Dias

VANUSA EXECUTA (literalmente) O HINO NACIONAL

Teria sido cômico se não tivesse sido trágico a execução do Hino Nacional pela veterana - e, há muito, afastada da mídia musical - cantora Vanusa no 1º Encontro Estadual de Agentes Públicos de São Paulo (veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=4VGDhOxmZZI). Mostrando um imperdoável desconhecimento da letra e, mais incrível ainda, da melodia, Vanusa protagonizou momentos de constrangimento geral enquanto interpretava, ou pelo menos tentava interpretar, o hino brasileiro aparentando está totalmente alheia a tarefa que lhe foi atribuida. Sua explicação para o vexame é que ela estava sobre efeito de remédios para labirintite que havia tomado, mas chegou-se a falar, à boca miúda, até em álcool como sendo a causa para tamanha gafe. A verdade é que Vanusa, que inegavelmente tem garantido seu lugar na história da música brasileira , também será lembrada por ter executada, literalmente, o Hino Nacional Brasileiro.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

LIBEROU GERAL (Até Quando?)

A liminar que permitiu a volta da cobrança do pedágio para a travessia da ponte sobre o Rio Ceará, que liga os municípios de Fortaleza e Caucaia, no Ceará, foi derrubada anteontem a pedido do Ministério Público Estadual pelo juiz da 4ª Vara de Caucaia, Antônio Carlos Klein. A decisão do magistrado é mais um round na pendenga entre os dois município que teve início quando, ao assumir este ano a prefeitura de Caucaia, o prefeito Washingtos Góis decretou o fechamento do pedágio atendendo parecer da Procuradoria do Município considerando a cobrança irregular porque o contrato da concessão da ponte já havia vencido. Semanas depois, a Prefeitura de Fortaleza recorreu e reaveu o direito de cobrar a taxa.

Agora o juiz julgou improcedente o mandato de segurança que garantia a volta da cobrança, assegurando mais uma vez a gratuidade aos motoristas que circulam entre os dois municípios. Até quando é que ninguém pode prever.

Ivo Dias
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Ver mais sobre Pedágio da Ponte clicando abaixo no marcador Pedágio

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

BANCO NÃO É LUGAR PARA CRIANÇAS

É do conhecimento de todos que a grande maioria das agências bancárias no Brasil, principalmente as dos bancos públicos localizadas nas pequenas cidades e na periferia das grandes, quase sempre estão lotadas devido a grande procura pelos programas sociais e apresentam problemas extruturais como instalações físicas pequenas e sistema de refrigeração e ventilação deficiente, além de serem barulhentas e oferecerem um lento atendimento devido ao número defasado de funcionários. Junte-se a tudo isso, os riscos inerentes à contaminações provenientes da manipulação de dinheiro em espécie e à segurança a que fica exposto qualquer pessoa que busca um serviço bancário. Fica claro, pois, que um ambiente como o descrito acima é de longe o ideal para a permanência de qualquer pessoa por um período que pode demorar meia hora, duas ou duas e meia, como muitas vezes acontece. E o que dizer quando se trata de um bebê ainda de colo, ou mesmo de um, dois ou três anos, que é obrigado a ficar num ambiente desse, totalmente adverso ao seu bem-estar?

Como funcionário que sou de um banco há 27 anos, tenho observado que é cada vez maior nas agências bancárias a presença de crianças - mormente as de até dois anos de idade - levadas pelas mães e, em menor escala, pelos pais, na maioria das vezes só para terem garantido o atendimento em fila diferenciada que é oferecido aos portadores de criança de colo. Uma consequência dessa busca por "levar vantagem" tem sido a irresponsável exposição de crianças, às vezes até apresentando sintomas de alguma doença, a ambientes insalubres e com grande concentração de pessoas. E não é necessário ser nenhum médico-pediatra para concluir que uma criança poderá sofrer sequelas em sua saúde física e psicológica quando é submetida a condições ambientais como a relatada anteriormente.

Definitivamente, banco não é lugar para crianças. É angustiante observá-las num dia de pique numa agência bancária. É tanto choro e resmungo que mais parece que se está num hospital pediátrico do que numa instituição financeira. E motivo prá chororô é o que não falta. Um chora pelo peito da mãe que envergonhada reluta em oferecê-lo, outro, pelo desconforto de um colo já cansado; tem os que choram pelo estresse causado pela barulheira agravada pelo choro dos outros, e outros, pelos beliscões das mães impacientadas pela demora do atendimento; não falta o choro motivado pelo calor ou frio demasiados e o causado pela curiosidade não satisfeita de ver o quê e/ou quem está no guichê de atendimento; se um chora porque derrapou no chão liso, outro é por ter colidido com o vidro transparente da porta; e tem o choro por doença ou simplesmente por enjôo. E haja choro, sem esquecer, claro, os sem motivo aparente, os chamados choro-por-falta-de-pêa. Com tanto choros, o resultado é o agravamento do desconforto e a impaciência de todos, atendentes e atendidos, influindo negativamente no atendimento como um todo.

Já se faz oportuna uma nova atitude dos bancos em relação ao ingresso de crianças em suas agências bancárias e congêneres. Talvez já se faça até mesmo necessária a interferência de uma portaria do Banco Central disciplinando sobre esse assunto, no intuito de proteger a criança do desconforto físico, psicológico e até mesmo moral, quando são usadas como passe para filas menores, a que são obrigadas a enfrentar. Ou seria um caso de se pensar numa lei? O insofismável é que algo tem que ser feito, e urgente. Nossas crianças merecem mais respeito.

Ivo Dias

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A CONVICÇÃO DE ALOÍSIO MERCADANTE

Ele renunciou à renúncia,
desistiu de desistir
e revogou o irrevogável.

Por quanto terá $ido?


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O "CARA" NÃO VIU A "CARA"

A mulher era prá ser a Marina Silva! E ela estava ali, bem pertinho, foi sua ministra, e o homem não viu que a mulher era ela: nortista, descendente de nordestinos tangidos pela seca, de origem humilde e negra. Mas quis o homem correr riscos apostando todas as suas fichas, prestígio e popularidade na outra: burguesa e branca, e, conforme algumas opiniões garimpadas na mídia, insolente, prepotente, desagregadora e mentirosa.

Segundo previsão de Carlos Augusto Montenegro, o capo do IBOPE, baseado, lógico, em suas pesquisas, que não poucas vezes tem falhadas, o presidente Lula não fará o seu sucessor. Bom, baseado unicamente no bom senso, eu não tenha tanta certeza disso, até porque muita água rolará por baixo da ponte até 2010 e muita coisa ainda poderá mudar, inclusive no que se refere ao quadro sucessório. Agora, se Montenegro se refere pontualmente à eleição de Dilma Rousseff, concordamos plenamente.

Sem luz própria, ainda uma ilustre desconhecida do grande público aqui e no exterior, sem experiência em disputas eletivas, sem um tantinho assim de carisma e, ainda por cima, com a saúde ameaçada, Dilma Rousseff poderá até ser a candidata de Lula, mas quase que exclusivamente dele dependerá o seu sucesso nas urnas. É inegável o fenômeno de popularidade que é Lula e ficou bem claro em eleições anteriores o seu poder de transferir votos. A incógnita, no caso, é se Lula conseguirá transferir sua popularidade e seu baixo índice de rejeição sem ele próprio ser candidadato e sendo Dilma uma candidadata que já se apresentará para o embate/debate desgastada por polêmicas envolvendo seu nome. Para o mundo político, a impressão que fica é que a candidatura de Dilma Rousseff é um capricho/vaidade de Lula, haja vista seu grande empenho para tal mesmo que isso já lhe tenha custado vários dissabores no relacionamento com o Partido dos Trabalhadores e seus militantes.

Mesmo com todo o seu tino político, Lula não enxergou, ou não quis enxergar, que a mulher certa para sua aposta eleitoral, com muito mais chance de lhe garantir a vitória, era a senadora Marina Silva. Ela é a "cara"! Hoje, Marina Silva, após decidir sair do PT, cansada de não encontrar espaço e apoio político para suas realizações como ministra, está filiada a outro partido, o PV, pelo qual possivelmente sairá candidata a presidenta ano que vem. Ganha o debate político que se apresentava morno. Perde Lula e o PT. Bem feito! Quem manda o "cara" não ter visto a "cara"!? Pena que o PV seja um partido nanico...

Ivo Dias

terça-feira, 25 de agosto de 2009

GOVERNO BLEFA COM NOVA CPMF


Depois dos últimos acontecimentos negativos que vão de encontro ao Lula e seu PT - e que, por consequência, respingam na imagem já tão desgastada de sua candidata à presidenta Dilma Rousseff ano que vem - os aliados do governo trazem à baila a discussão em torno de uma "nova CPMF" que o governo estaria disposto a criar nos moldes da antiga só que com uma nova denominação, CCS. Puro blefe! Mesmo que para muitos pareça uma espécie de vingança por tudo que a oposição tem feito o governo e seus aliados passarem nos últimos dias, a idéia de uma nova CPMF não passa de uma jogada mal engendrada para desviar a atenção da opinião pública e da mídia da onda de denucismo no senado, da CPI da Petrobrás e do pega entre Dilma e Lina Vieira.

Às vésperas de 2010, ano de eleição inclusive para presidente da república, é muito pouco provável que o governo tenha intenção e muito menos coragem de ressuscitar a mal-fadada CPMF que, pela própria natureza - ser mais um tributo no bolso do brasileiro que já paga uma das maiores cargas tributárias do mundo - só traria mais desgaste para si e para seus futuros candidatos pelo Brasil a fora. Ademais, mesmo que pareça fácil uma idéia dessa prosperar na câmara, onde o governo tem ampla maioria, no senado dificilmente um projeto de criação de um novo tributo encontraria um céu de brigadeiro. Tudo blefe! Não passa de conversa fiada.

sábado, 22 de agosto de 2009

DETONANDO II

1-O senador - e fedorento, conforme atestou a sua colega Patrícia Gomes (PDT-Ce) - Wellington Salgado (PMDB-Ce), um dos muitos suplentes que assumiram a câmara alta do poder legislativo sem um voto sequer (devido a uma anomalia inominável da política brasileira), tem sido um dos mais combativos soldados da tropa de choque de Sarney. Senador mais conhecido por sua vasta cabeleira de aparência imunda do que pela sua contribuição à política, Wellington Salgado é um daqueles que se alinharam às fileiras de Sarney na busca tão somente de angariar dividendo$ políticos e espaço na mídia. Não contribui em nada para a melhoria da imagem abjeta que atualmente o senado apresenta.

2-E mais uma vez o nosso senador - daqui desse Ceará que já foi berço de tantos políticos de brio - Inácio Arruda (PCdoB-Ce) decepciona seus eleitores votando a favor do arquivamento de todas as denúncias contra Sarney no conselho de ética (?) do senado. E afirmo essa decepção na condição de já ter votado nele atendendo a uma solicitação pessoal sua e acreditando no seu discurso de então. Também pudera, né, senador? Deixar de agradar as conveniências do poder para agradar o eleitor; deixar de está ao lado de Sarney agradando o Lula e garantindo verbas, cargos e outras coicitas mais, prá ficar do lado do eleitorado com fama de esquecido. Nem pensar, né, senador? Sei não, senador. Não sei se somos tão esquecidos assim, como também não sei se ainda nos encontraremos someday, somewhere. Sei que, nas urnas, nunca mais.

3-Com que cara-de-pau esse auto-proclamado bispo Edir Macedo dá suas declarações! Esse cara só pode é lavar a cara com óleo de peroba! O cara esfola as pessoas de boa fé vendendo uma mercadoria que não pode entregar, oferecendo uma garantia que não pode avalizar, e fica posando de dono da verdade e de porteiro do céu enquanto junta milhões em sua conta corrente! E isso tudo na cara da lei, eu diria mesmo, debochando dela! Será mesmo que não existem argumentos legais para frear a sanha aproveitadora desse Jim Jones tupiniquim? Êh, Brasil! Edir Macedo, Sarney, Collor, etc, etc, etc...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A MELÔ DO CONGRESSO


Vale à pena ver. Espere, carrega rápido!

CURTAS E GROSSAS VI

1-Em mais um espetáculo deprimente do Circo Senado (mesmo se tratando de coisa séria), ficou claro que a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, fala a verdade quando afirma que teve um encontro "em off" com a filhinha de papai Lula Dilma Rousseff, quando esta lhe pediu "pressa" na devassa nos negócios de Fernando Sarney, o filhinho de papai Sarney. À propósito desse caso, uma coisa ficou clara e outra nem tanto. Ficou clara a prepotência e grosseria do senador Aloísio Mercadante que aos gritos tentou pressionar Lina Vieira quando de sua arguição; o que não ficou claro para muitos, apesar de óbvio, é que a ingerência de Dilma Rousseff era para prejudicar a candidatura de Sarney a presidente do senado. Era final de 2008, últimos dias de campanha no senado, e Lula sofria grande pressão do PT para apoiar Tião Viana (AC).

2-Vergonhosa a forma como os "bacanas" do Ideal Clube de Fortaleza reagiram frente a blitz da Semam realizada no último sábado, nas dependências desse clube, para coibir sua poluição sonora e embargar um evento que aconteceria na noite daquele dia devido a falta de autorização especial de utilização sonora. Naquela mesmo dia, vários outros estabelecimentos tiveram suas programações musicais embargadas por iregularidades sem apresentarem resistência, só o Ideal Clube reagiu criando problemas para os agentes da lei, e, segundo Aurélio Brito, coordenador da Equipe de Controle da Poluição Sonora da Semam, até ligações de "pessoas influentes" receberam como forma de pressão. Ora, será que esses senhores endinheirados (muitos nem tanto) se acham excessões diante da lei? Engraçado é que quando estes mesmos senhores estão em suas casas de veraneio e se sentem incomodados pelo barulho dos outros são os primeiros a recorrerem à lei para salvaguardarem seus interesses. É ruim, hem...!

Cuidado com a Sky! O que é pra ser céu, pode se tornar inferno prá você. Adquiri uma assinatura pré-paga (nova modalidade de tv por assinatura) que consiste em você comprar o aparelho receptor que torna-se seu e, igualmente a telefonia pré-paga, você passa a adquirir créditos para ter direito a programação. Foi-me prometido que a 1ª mensalidade referente ao aparelho só seria cobrada quando o mesmo já estivesse em meu poder devidamente instalado o que até o presente momento não ocorreu. Acabo de receber a fatura do meu cartão de crédito onde já vem cobrada a 3ª prestação do aparelho e nada do receptor chegar, mesmo eu já tendo denunciado o caso à ANATEL, a agência que regula esse tipo de serviço, e ter recebido por duas vezes a promessa de ter os valores pagos anteriormente ressarcidos. Evite que isso aconteça com você, pois a conversa na hora de vender é muito bonita, e em vez de adquirir um céu (sky, em inglês) você poderá está adquirindo um inferno. Pois é, Sky, no meu caso, é inferno. E dos grandes.
Ivo Dias

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

UMA ESTRELA SOBE. OUTRA DESCE.

Como na música Regra Três, de Vinícius e Toquinho, Lula e, por consequência, o PT tanto fizeram que a senadora Marina Silva se cansou... e saiu, de cabeça muito erguida, das fileiras da estrela vermelha. Agora há pouco, aquela que fundou, juntamente com Chico Mendes, o PT no estado do Acre pediu sua desfiliação do partido. Diferente de muitos políticos desse partido (vide Tião Viana, muito recentemente Aloisio Mercadante, e outros) que, mesmo sofrendo maiores humilhações e descasos por parte de Lula e da cúpula do PT, não tiveram a dignidade de se desfiliarem pelo simples apego ao poder. Marina Silva, uma ex-seringueira que só teve a oportunidade de se alfabetizar aos 15 anos pelo mobral, mostrou toda uma coerência de decência e decoro que já tinha dado mostras quando se demitiu do ministério do meio ambiente após sentir-se fritada desrespeitosamente pelo presidente Lula e destratada pelo nem-tanto-brasileiro Mangabeira Unger. Naquela oportunidade, tivera também um entrevero com a hoje "toda-protegida" de Lula, Dilma Rousseff, por discordar da construção de hidroelétricas na amazônia à revelia da política ambiental em vigor.

Acostumado com os "améns" da grande maioria de seus quadros, o Partido dos Trabalhadores (que hoje está mais para Partido do Lula) só tem a perder com a dissidência de Marina Silva que vem dá continuidade a debandada que já vem ocorrendo a algum tempo e que tem feito esse partido perder muitas de suas melhores figuras nacionais, caso de Fernando Gabeira, Cristóvam Buarque e Heloísa Helena, só prá citar alguns. E não é fora de própósito se deduzir que a saída da senadora Marina Silva ensejará na saída também de outros petistas, mormente nesse momento em que muitos estão se sentindo obrigados por Lula e seu partido a enlamearem suas condutas emprestando seus apoios à permanência de José Sarney - suprassumo da política nojenta e corrupta - na presidência do senado federal.

Com a saída de Marina Silva do PT, eu diria que no universo político brasileiro uma estrela negra ascendeu e uma estrela vermelha descendeu. Seria uma queda emblemática?

Ivo Dias

terça-feira, 18 de agosto de 2009

"SÓ VIVER NÃO BASTA. TEM QUE VALER À PENA"

Colaboração: J. Leôncio Andrade

ROLA NA INTERNET

CONGRESSO NACIONAL

Se gradear vira zoológico,

se murar vira presídio,

se cobrir com lona vira circo,

se botar luz vermelha vira puteiro

e se der a descarga não sobra ninguém.

domingo, 16 de agosto de 2009

RAUL 'N' ROLL

No próximo dia 21 de agosto completará 20 anos da morte - prá uns, prá outros nem tanto - do fundamentalista da sociedade alternativa, discípulo de Gita e visionário do novo aeon Raul Seixas, ele própio uma metamorfose ambulante. Nascido Raul dos Santos Seixas, em Salvador, no dia 28 de junho de 1945, com 4,5 quilos, Raulzito (seu nome de guerra) tornou-se personagem lendária do rock brasileiro, com suas músicas auto-biográficas e auto-reflexivas e seu jeito de viver e encarar a própria vida.

Vinte anos atrás, o maluco beleza morria e com ele, para muitos, o maior cantor-compositor do Brasil, não só pelo seu repertório com letras de conteúdo, como também por ter sido, segundo Francisco José da Silva, mestre e professor de filosofia, "o primeiro compositor a transformar a música de instrumento poético em instrumento filosófico, discutindo desde questões políticas até questões metafísicas e existenciais, tudo isso de forma bem humorada mas, acima de tudo, numa linguagem acessível a qualquer pessoa".

Até os dias atuais, sucessos imorredouros como Gita, Sociedade Alternativa, Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás, Ouro de Tolo, Mosca na Sopa, Tente Outra Vez, Al Capone, e tantos outros mais, continuam a embalar tanto a geração contemporânea de Raul como as novas gerações. Ademais, é fato que a história desse baiano, fã de carteirinha do rock e de Elvis Presley, leitor de Augusto dos Anjos, Joseph Proudhon e Aleister Crowley, da bíblia, do Tao Te King, do Alcorão e do Baghavad Gita, tem motivada toda uma produção literária desde a sua morte, incluindo teses de doutorado, dissertações de mestrado, monografias, artigos em jornais e revistas e produções midiáticas das mais diversas.

Próxima sexta-feira, 21 de agosto de 2009. Dia de, muito mais do que chorarmos a morte do eterno rei do rock brasileiro, comemorarmos o privilégio de termos tido entre nós o cantor-compositor-visionário-irreverente-et cetera que transformou para sempre o modo de pensar e produzir música boa no Brasil.

Ivo Dias

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

ACONTECÊNCIAS DA VIDA REAL II

Uma das minhas irmãs fazia feira-livre em Sobral na companhia do seu filho caçula quando de repente notaram que vinham sendo seguidos pela figura simpática, mas meio maltrapilha, de um garoto que levava à tira-colo uma pequena caixa mal conservada de isopor. Era um vendedor-mirim de picolés que via no meu sobrinho Mateus, de 5 anos, um potencial consumidor para a sua mercadoria. E estava certo. Daquele momento em diante, Mateus passou a insistir para que sua mãe lhe comprasse um picolé ao tempo em que ela tentava convencê-lo de sua negativa devido a figura suja e descalça do vendedor e a aparência pouca higiênica do isopor.
- Ô, mãe, compra um picolé prá mim, compra.
-Queira não, Teteu. - Respondia seguidamente minha irmã, enquanto caminhavam pelos corredores da feira sempre seguidos pelo vendedor de picolés.
Em dado momento, depois de mais uma insistência do meu sobrinho, minha irmã, sentindo que simplesmente negar não estava surtindo efeito, tentou argumentar. Aproximando-se mais de Mateus, e com uma expressão de nojo no rosto, sussurrou-lhe ao ouvido:
- Teteu, queira não, meu filho. É picolé de ameba...
- Mas tem de abacate também, mãe! - Contraargumentou, ávido, meu sobrinho Teteu.

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Quase final de expediente, me prontifico a atender o último cliente da fila, uma senhora que queria uma senha para o seu cartão-cidadão. Depois de incluir os dados necessários para a operação, me dirijo a cliente:
- Senhora, crie sua nova senha no teclado. Digite oito algarismos.
- Oito alga... Alga o quê mesmo? - Pergunta a senhora, meio que gaguejando.
- Algarismos. Digite oito algarismos que serão a senha do seu cartão. - Respondo eu.
A cliente, coçando a cabeça e meio envergonhada, argumenta:
- Algarismo? Ah, moço, eu não sei mais o que é algarismo, não. Já faz tanto tempo que eu não estudo geografia...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

CURTAS E GROSSAS V

1-Peraí! Ter cuidado com a gripe suína e coisa e tal, tudo bem. Mas daí a chegar a essa esquisitice aí da foto, é radicalizar. Tudo bem que as agências bancárias, pela quantidade de gente que procuram seus serviços, é um ambiente que favorece por demais a transmissão do vírus da gripe entre as pessoas, mas agindo-se dessa maneira é aquela estória: em vez de se matar o carrapato quem vai morrer é a vaca.
2-Qual é agora a desse soldadinho golpista com essa estória de guerra? Que porra-louquice é essa desse pseudo-Bolívar que, enquanto a maioria de seus concidadãos sofrem a humilhação de passar fome, cria, movido pela sua mega-cretinice, um factóide que só tende a piorar ainda mais as relações internacionais de seu combalido país? Guerra! E logo com quem? Com o Tio Sam. É muita pretensão! Um doidim desse...
3-E essa lei que se criou para garantir o sossego de quem quer um merecido descanço, que ficou conhecida como lei do silêncio, será mais uma criada para não ser obdecida, como muitas outras pelo Brasil a fora? No começo até que se via a fiscalizão, mas já relaxou e o que se vê são bares, casas de show, igrejas e templos e os detestáveis paredões de som azucrinando todo mundo em qualquer lugar num descarado afronta às leis. E, na maioria das vezes, quando se telefona para os órgão competentes para denunciar, o que acontece é um jogo de empurra prá lá e prá cá, sem que ningúem queira assumir a competência para a solução do caso. E tudo piora nos balneários praianos. Aí vira terra de ninguém. Tornam-se territórios livres para os paredões (muitos já são espigões) de som que não respeitam áreas residenciais, escolas ou hospitais. E haja barulho e suas consequências, inclusive danos físicos e psicológicos.

BRIGA DE CACHORRO GRANDE


A expressão popular briga de cachorro grande é a expressão que mais se adapta ao affair Globo X Record. A muvuca é o seguinte. De um lado, a televisão dos Marinhos leva ao ar, em horário nobre, notícias dando conta que a emissora de Edir Macedo foi comprada com dinheiro desviado irregularmente das doações, que não seriam nada voluntárias, dos fiéis da Igreja Universal, também de Edir, uma vez que, por lei, o dinheiro arrecadado por instuições desse tipo só pode ser empregado em atividades ditas sociais, sem fins lucrativos. Ademais, a Globo apresenta Edir Macedo como cabeça de uma "quadrilha" que usa a arrecadação da Igreja Universal para benefício próprio, e para, além de aquisição de empresas com finalidades lucrativas, lavagem de dinheiro e remessas internacionais irregulares. Do outro lado, a televisão de Edir Macedo acusa os Marinhos de terem sempre se locupletados com dinheiro público, possibilitado pela eterna subserviência deles à ditadura militar e a governos de direita, e que seus ataques seriam motivados pela ameaça que a Record impõe à audiência global.

Sem querer entrar no mérito de quem está ou não com a razão nessa cachorrada - se é que, em briga de cachorro, algum tenha razão - o que salta aos olhos dos mortais expectadores é que os dois lados só se preocupam em contra-atacar e não em defender-se das acusações que lhe são imputadas. Ou será que nessa briga os dois tem mesmo razão...?

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

KOOKABARA BAR E RESTAURANTE

A praia do Icaraí, em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, conta agora com o novo Kookabara Bar e Restaurante, onde se pode degustar o melhor da culinária local e nacional, em pratos à base de peixe ou carne, e bebidas das mais variadas. Com um ambiente aconchegante e atencioso atendimento, o Kookabara Bar e Restaurante oferece aos seus visitantes música ao vivo às sextas e sábados. Seu endereço é Av. central, s/n, esquina com O Geladão. Telefone (85)3318 2832. Vale à pena conferir.
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Foto: Ian Dias

É MUITA PU _ _ RIA!

Quão emblemática é essa foto! É a cara em Carrara esculpida (escarrada e cuspida fica mesmo bem melhor) do senado federal. Uma triste pantomima! Dois artistas ( ou seriam bandidos?) em cena. Um, travestido de mártir da honestidade e honradez, destila seu veneno, muito bem ensaiado para as câmeras de tv, contra um octogenário que defendia o óbvio, enquanto o outro rir, debochadamente, da sua cara de pau. Ao fundo, os figurantes, a casta reles do elenco, sem vez nem voz. E atentem! Tudo isso acontecia numa sessão plenária na qual se tratava do afastamento ou não do presidente do senado federal. É mole ou quer mais...?
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Foto Ag. Senado, extraída do Jornal O POVO (05.08.09)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

FOTO-NET II


PARECE PIADA PRONTA












Deixar de fumar prá ficar com as aparências saudáveis de José Serra e Dráuzio Varella... sei não.