segunda-feira, 19 de outubro de 2009

GREVE NA CAIXA

Estamos, nós que fazemos a Caixa Econômica Federal, há mais de três semanas em greve simplesmente porque o governo federal, nosso patrão, achou por bem, irresponsavelmente, partir para o confronto ao invés de sentar-se à mesa e agir como devem agir os civilizados quando há impasse numa peleja: negociar.

Ora, nós não temos interesse algum na deflagração de uma greve uma vez que somos plenamente conscientes do prejuíjo que causa à nós e, principalmente, a todos aqueles que de uma forma ou de outra buscam os serviços dessa centenária e conceituada instituição bancária que é a Caixa. Assim como acontece com os Deputados, Ministros do STF ou mesmo com o Presidente da República, que já tiveram seus vencimentos reajustados - e muito bem reajustados - esse ano, quem dera nossas reinvindicações como empregados assalariados que somos fossem atendidadas também sem que precisássemos recorrer a uma greve. Mas não. Ano a ano o governo Lula tem insensivelmente optado pelo desrespeito à imagem da Caixa e ao bem-estar da população apostando no desgaste que provoca uma paralisação grevista. É bom que fique bem claro que uma greve só é deflagrada depois de terem sido em vão toda uma gama de tentativas por parte dos representantes dos trabalhadores para se alcançar um bom termo nas reinvindicações frente ao patronato.

Nós bancários estamos na época de nosso dissídio coletivo e, como acontece normalmente com todas as categorias de trabalhadores, aproveitamos, nós da Caixa, para pleitearmos da direção da instituição os avanços que achamos se fazerem necessários no tocante ao atendimento da população, como contratações de novos empregados e melhorias nas estruturas das agências, a reposição de nossas perdas salariais com alguma margem de ganho real para que seja compensada a defasagem sofrida nos últimos anos e, nada mais coerente, uma participação justa nossa nos lucros. Dinheiro para atender tais reinvidicações o governo tem, pois o próprio Presidente Lula vive alardeando aos quatro cantos do planeta o vigor da saúde financeira por que passa o Brasil. Tanto isso é fato que o nosso Presidente tem até distribuido mimo$ (com cifrão mesmo) mundo a fora à custa do erário público, como construções gratuitas de residências para os palestinos e doações financeiras à Bolívia e outros países "amigos". Fica claro, pois, que o que falta mesmo é boa vontade para com nós trabalhadores por parte desse governo que, se aí está, foi por acreditarmos que dele resultaria uma eventual melhoria de vida para todos.

Depois de negar liminar à Caixa, que solicitava a declaração de abusividade da greve dos economiários, o vice-presidente do Superior tribunal do trabalho, Ministro João Oreste Dalazen marcou uma audiência de conciliação e instrução para a próxima quarta-feira, dia 21, às 9 horas. Esperamos que mercê dessa mediação da justiça, que muito bem poderia ter sido evitada, um denominador comum seja encontrado para a satisfação de ambas as partes e que resultem em benefícios para os milhões de clientes da Caixa, pois é por eles e para eles que, independente do governo que esteja de plantão, nós economiários continuaremos a fazer dessa instituição uma das maiores alavancadoras do progresso desse país.

Ivo Dias
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Mais sobre a greve na Caixa: http://www.bancariosce.org.br/

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

REPORTAGENZINHA FULERAGEM

Um reporterzinho querendo aparecer e um folhetim do sul, travestido de revista, destilando mais uma vez o veneno de seu preconceito para com o nordeste brasileiro. Juntando os dois tinha que dá mesmo nessa idiotice toda que está escrita pejorativa e jocosamente na edição 2132, de 30.09.09, da Veja, de autoria d'um tal de Leonardo Coutinho, e que, se alguém quiser indignar-se também, poderá ser lida na íntegra acessando http://veja.abril.com.br/300909/the-united-states-of-sobral-p-144.shtml. Nunca vi em toda minha vida tanta desinformação, tanta ausência de profissionalismo, tanta discriminação e tanta má fé juntas em um só artigo! Isso para atingir Sobral, uma cidade ordeira e de um povo digno que, a despeito de toda crise e intempéries, só tem progredido e hoje é reconhecida por todos como modelo de administração pública bem sucedida. Só posso concluir que a única intenção - vergonhosa, por sinal - de toda essa asneira é atingir indiretamente a ascendente carreira política de Ciro Gomes, fato difícil de ser engolido pela imprensa sulista.

Sem pretensão de debater com o autor da infeliz reportagem, até porque sentir-me-ia tão tolo quanto o tal, eu o questionaria que novidade teria no fato de uma determinada cidade ou país sofrer influência de outros povos? Basta se ter aberto um livro de história uma vez na vida para se saber que esta dinâmica tem sido comum por toda a formação da humanidade. O que fica claro é que a postura da Veja à respeito de Sobral é movida tão somente pelo vil intuito de denegrir uma cidade por ser ela do interior nordestino, uma vez que, só prá citar um único exemplo entre tantos outros aqui mesmo no Brasil, Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, é fortemente influenciada pelos costumes alemães e nem por isso foi ou é alvo do abominável preconceito desse semanário e de seu colaborador. É tão evidente a intenção de execrar que critica-se a cidade pelo atraso, porque, segundo o artigo, "ainda mantém abastecimento por carros-pipa e não fornece água tratada para toda a população", e critica-se também pelo progresso, dado o fato de Sobral ter em breve o seu metrô. "Uai!" São Paulo pode ter metrô e o resto do mundo, não?

Eu só poço mesmo terminar esta postagem com uma expressão bem cearense: Mas que "reportagenzinha fuleragem" essa dessa Veja!

Ivo Dias