domingo, 25 de abril de 2010

O BÁ-FÁ-FÁ DAS PULSEIRINHAS

A realidade é que todo esse bá-fá-fá sobre as "pulserinhas coloridas do sexo" é mais um certificado de como anda capenga a educação e o judiciário no Brasil. Tratando-se como estão essa modinha ou mania - mais uma que, como tantas outras, vem e logo se vai -, dando-lhe uma importância bem maior que o assunto merece, fica a impressão que elegeram mais um bode expiatório para justificar toda a ineficácia do ensino pedagógico relacionado a sexualidade infanto-juvenil. Ora, chega a ser absurdo culpar-se o uso das singelas pulserinhas por eventuais casos de violência sexual, incluído aí até estupros, que tenha sofrido quem as usava por um simples modismo. Aceitar que se uma pessoa que esteja usando uma pulseirinha de silicone preta tiver ela quebrada por outra pessoa tem que forçosamente com essa pessoa manter relação sexual, simplesmente porque alguém em algum lugar convencionou, beira o absurdo. Já pensou se alguém estabelece o mesmo prá quem usar, por exemplo, um relógio de certa marca ou uma camisa de determinada cor? Nada disso tem sentido. E já se fala até em projeto de lei para proibir o uso dessa bijuteria, é mole?! Tanta coisa merecendo atenção desses políticos...! Culpar quem o usa ou o próprio objeto, que é tão desprovido de erotismo quanto a parte corpo na qual se usa, por atos de desvio de conduta praticados por psicopatas ou mesmo sem-vergonhas é pura inversão de valor. Partindo desse raciocínio, proibir-se-á então mini-saias e biquinis que, convenhamos, são bem mais sensuais que as pulseirinhas? Chega de hipocrisia. Violência sexual, seja por qual motivo for, é tão somente crime e, como tal, é caso de cadeia. Só isso. Agora, se falta competência aí é outra história. Pulseirinha do sexo... blá...

Ivo Dias

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