segunda-feira, 26 de abril de 2010

CIRO: O TIRO DE MISERICÓRDIA?

Segundo todas as espectativas da imprensa nacional, amanhã será o dia em que, após percorrer uma cruel via-sacra política, Ciro Gomes finalmente chega ao seu calvário onde receberá a pena (o tiro de misericórdia?) imposta por Sua Divindade o Lula, em conluio com seu conterrâneo propritário do PSB, por ter tido a ingenuidade de Nele confiar e a audácia de peitá-Lo ao lançar-se também candidato a presidente, O contrariando: a decisão (que todo mundo já sabia, faz tempo) que seu partido tomou de não lhe dá legenda para concorrer à presidência da república.

Partindo daí, só Deus (o do céu) sabe qual será a reação de Ciro, reconhecidamente um político de temperamento forte e língua afiada. Baseando-se em sua biografia, uma metralhadora giratória certamente será acionada e... salve-se quem puder, seja seu correligionário ou não. E justamente aí está um dos motivos que resultaram no isolamento e por consequência o fracasso da candidatura Ciro Gomes. E é nesse ponto onde queríamos chegar.

Ciro quando político de dimensão estadual foi eleito, e muito bem eleito, deputado, prefeito de Fortaleza e mais recentemente deputado federal porque para tais pleitos ele tinha e tem o que vulgarmente se chama de esquema político, ou seja, correligionários a ele fiéis e leais, e, logicamente, eleitor. Mas, e em termos de Brasil, Ciro tem esquema? Eleitores que lhe garantam uma empreitada à nível de presidente do Brasil ninguém duvida que ele tenha, estão aí as pesquisas comprovando. Agora, é fato que faltou a Ciro liderança política nacional em termos partidários que lhe garantisse apoio político e legenda para lançar-se candidato. E isso é consequência lógica de quem nunca fincou raízes em nenhuma sigla partidária, e preferiu pular de galho em galho, ou seja, de partido em partido, independente de ideologia, conforme suas conveniências. Eleito que foi deputado federal com uma votação esplendorosa, Ciro até teve a chance de ter, a partir do Congresso Nacional, começado a articular apoios que lhe garantissem um "esquema" que pudesse se contrapor a "esquemas" opostos dentro dos partidos, mas preferiu isolar-se, ausentar-se do plenário - não foi nada bom para sua imagem - e, pior ainda, abriu o bocão esculhambando o cargo para qual foi eleito por cearenses que esperavam dele uma aguerrida representatividade, o que seria, pelo menos em termos de Ceará, sua consagração; e, claro, suas críticas azedas ao parlamento não agradou em nada seus pares.

Bom, Ciro caiu. Tudo bem que o empurraram, mas que ele escorregou, escorregou.

Ivo Dias
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Fotos: da Internete

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