quarta-feira, 28 de abril de 2010

CIRO E MARINA JUNTOS. E POR QUE NÃO?

Agora acabou mesmo. Ciro Gomes não será mais candidato à presidência nas próximas eleições, impedido que foi por uma trama maquiavélica e covarde engendrada por Eduardo Campos, atual dono do PSB, e Sua Divindade, eterno dono do PT. O assunto morre aqui.

À meu ver, Ciro com toda sua cátedra em política jamais deveria permanecer às margens da campanha presidencial que se aproxima, como insinuou em seu desabafo intitulado Ao Rei Tudo, Menos a Honra publicado no seu site, quando diz "Meu entusiasmo e o nível do meu modesto engajamento ( ) irão depender do encaminhamento, pelo partido de minhas preocupações com o Brasil ( )." Fica patente nas entrelinhas desse mesmo texto que Ciro sentiu-se magoado - e não é prá menos - com o seu partido, principalmente, e, por extenção, com Lula, PT e companhia. Dependendo do tamanho de sua decepção, pode mesmo acontecer que Ciro decida não engajar-se na campanha presidencial petista e, por outro lado, é impensável que ele resolva colaborar com José Serra, um inimigo figadal, envolvendo-se apenas nas campanhas domésticas de seu irmão Cid que busca reeleger-se governador do Ceará, de sua ex-esposa Patrícia Sabóia que ainda não se decidiu se concorre ao parlamento federal ou ao senado, e de seu amigo e padrinho político Tasso Jereissati que tenta reeleger-se senador. Bom, mas restaria uma opção para que ele, Ciro, não passasse ao largo de uma eleição presidencial que só pelo fato de acontecer já se faz importantíssima para o país: apoiar Marina Silva. E por quê não?

Ora, com a ausência forçada de Ciro, será Marina Silva o diferencial, o inédito e a novidade nessa campanha, visto que Dilma é a promessa de continuidade e Serra a volta do que já foi. Agora sem Ciro, caberá somente à Marina o papel de impedir que o debate caia na mesmice e que a campanha se torne o enfado de um plebiscito com cara de filme já visto. Optando por Marina Silva, seria à rigor a única forma de Ciro aferir a quantas andam a sua popularidade, prestígio e cacife, uma vez que entraria numa campanha cuja candidata apresenta ainda modestos índices nas pesquisas. E de lambuja, ainda provocaria um ciumezinho nos dois pernambucanos que o levaram ao cadafalso. Pense nisso, Ciro. E pense no Brasil.

Ivo Dias

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